terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A boca abre e
assopra a palavra
que sai aos tropeços
no sentido errado.

O equilíbrio se esvai no ar
desvia palavra bolha de sabão.

E o que se chama falar
parece não chegar à esfera
da compreensão.

2 comentários:

Anônimo disse...

Os tempos andam difíceis, não? Repletos de incompreensão. No entanto, não podemos desistir de tentar enviar mensagens que cheguem com compreensão possível. Mesmo sabendo que as palavras não possuem a transparência desejada. A interpretação vai ser sempre permeada pelos instrumentos que o receptor trouxer,pelo momento/espaço histórico em que a mensagem chegar etc. Esse poema fez eco em mim... Helena das Melenas

Alex Felix disse...

Tropeçar, poeticamente falando, é coisa de quem não ouve objetivamente. E falar de maneira objetiva é coisa de quem vive tropeçando, poeticamente ouvindo.