domingo, 1 de novembro de 2009

Eu rupestre - incompleto

Nesta caverna há tempos não ouço minha própria voz.
Os minutos passam como rufadas de massa densa
bem diante do meu nariz.

Minha voz se cala na incerteza de ser interessante.
O som ecoa no silêncio.

Resta lá: o escuro da caverna,
redondo e vulnerável,
onde desenho portas e janelas
que desejo abrir.

Olho para mim e, com espanto,
reconheço apenas a sombra distorcida
de um desenho feito no escuro,
rabisco de mim.

O tempo passa.
Caracol em sua casa espiral
pra dentro, pra dentro...

4 comentários:

Anônimo disse...

Carolina, minha filha, que poema mais bonito... está ecoando em mim... o desenho também me agrada, mas o poema... Beijos e mais beijos, Cecília (Asa de Borboleta).

Silêncio Incógnito disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Olho pra mim e, com espanto...
Olho-me!

O tempo passa.
caracol em sua espiral pra dentro, pra dentro...

Silêncio Incógnito disse...

Olho pra mim e, com espanto...
Olho-me!

O tempo passa.
caracol em sua espiral pra dentro, pra dentro...