quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

(Fev/2008)

sinto que se eu fosse um bicho,
agora, faria um grito de causar medo,
muitos gritos, até cansar,
até minha cara ficar assustadora.

mas por eu ser humana,
contenho meu grito
que ao soar dentro de mim
causa vibrações tão graves e profundas
que não consigo ficar parada,
toda em trepidação
do centro para as beiradas.

meu grito quente como magma
eu, no meu corpo de bicho,
civilizada.

5 comentários:

Diogo Cronemberger disse...

Oi, Carolina!
Vim conhecer sua produção e só posso dizer que fiquei muito feliz! Parabéns! Serei freqüentador assíduo do blog. Você é uma mulher da Renascença! E seus poemas, desenhos, tudo ajudará a cada dia (como ajudou agora) a fazer renascer em mim a emoção e a vontade de trocar emoções. Beijos!

ESTÚDIO TERRA FORTE - Frederico Foroni disse...

Lindo texto. Um grito mudo? Destes que fazem parte dos padrões antigos, sobres os quais poderíamos adotar outras posturas e experimentar o novo? Sinto a importância de escrever toda vez que entro no seu blog. Sinto isto: como é importante se expressar. Beijo.

ESTÚDIO TERRA FORTE - Frederico Foroni disse...

Mais uma visita por entre, cada vez mais consciente de seus possíveis significados.

Anônimo disse...

Vejo ressonâncias desse poema no "Rosto de guardar dúvidas". O leitor pode ver livremente, não pode?
Thomas Ridley

Anônimo disse...

Vejo ressonâncias desse poema no "Rosto de guardar dúvidas". O leitor pode ver livremente, não pode?
Thomas Ridley